segunda-feira, 12 de março de 2012

O espírito da chuva


Hoje choveu.
Em meus vinte e poucos anos é a segunda vez que vejo água caindo do céu.

Eu estava caminhando pra casa depois do trabalho, o sol se abaixava e uma brisa úmida acariciava meu rosto vindo de algum lugar muito distante. Eu parei por alguns instantes, fechei meus olhos e respirei fundo procurando pelo cheiro da terra molhada. Quando abri meus olhos novamente eu via o horizonte sendo coberto por colossais nuvens de um cinza muito delicado. “Está chovendo” diziam as crianças, moças e velhos correndo para avisar seus parentes, amigos e conhecidos de que algo muito bom estava acontecendo.

Não chove muito por aqui. O chão é rachado, o ar é seco e as pessoas são pobres. Talvez seja por isso que a cidade parou de crescer. E talvez nunca mais cresça.
Mas esse povo está aqui a muito tempo e já aprenderam a ser feliz assim. Há muito trabalho para se conseguir água e uma chuva como a que caiu no final dessa tarde é protagonista de muitas histórias e mitos por aqui.

Água caindo do céu. Só pode ser um milagre. Então, aproveite e deseje algo que queria muito e a chuva vai trazê-lo pra você.

É o que dizem.

Eu li muito mais sobre a chuva do que a vivi de verdade. Jornais, revistas, livros didáticos e principalmente poesias. Sempre gostei das poesias que falavam sobre a água que cai do céu.
Toda sua melancolia rítmica batendo nas telhas de barro, umedecendo a roupa, formando poças no chão, me fazendo chorar. 

É comum que as pessoas chorem quando chove. É quase que a felicidade pura caindo do céu, mesmo que melancólica. Mas eu só conseguia pensar em uma coisa: A Clarisse havia me deixado a dois meses. Ela podia estar aqui pra ver a chuva, se molhar, chorar junto comigo.
Eu só tenho trabalhado desde então. “Ocupe sua cabeça, meu filho”. Mas não dá para manter a cabeça ocupada o tempo inteiro, e pra falar a verdade já me acostumei a sentir sua falta.

Deus, como ela faz falta.  Mas eu me senti feliz na chuva.

Na verdade... Eu não sabia.

Quando cheguei à porta da minha casa estava encharcado e já havia ouvido todo o tipo de pedidos e desejos.  Estava encharcado deles também. Poderia fazer o meu, poderia pedir pra ela voltar. Chegar molhada em casa pedindo desculpas e abrigo.  Podia pedir pra vê-la só mais uma vez.

Mas não foi o que eu pedi.

A chuva parou faz pouco mais de uma hora e a calha ainda está pingando. Muitas pessoas devem estar contentes com seus desejos realizados lá fora. Eu estou.  Por ver a lua que estava no céu quando nos beijamos pela primeira vez.

A lua. Que vem todo mês.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Alguns dias eu me sinto distante disso tudo.
Uma parte solta.

terça-feira, 28 de junho de 2011

about an old roller coaster

Estamos sozinhos novamente, você sussurra aos meus ouvidos. Faz meus ombros murcharem. Não preciso acreditar nos que dizem acreditar em mim.

Enche meus olhos
Me abraça
Só tenho você
E você só

só a mim


Me esconda, sou só um garoto e não quero voltar pra eles. Tem muito barulho lá fora, mas temo não ter mais nada.
Todos estão sozinhos

vou fechar meus olhos, quero esperar que ele venha

Oh Deus

Dê me

o direito de gritar


só.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

aviso

Tava olhando alguns posts antigos.


Sério, esse território é muito nonsense





ps: será eu a existência sem sentido? ~

sábado, 23 de abril de 2011

O Bando

Desconheço o preço dos próximos passos
Quanto fale a pena pagar?
Quanto terei a perder?

Estou a sombra de onde sempre estive
Sou a mesma pessoa
E assim quero ser

Podem os aventureiros ter medo?

Do que será feito todas as afeições?
Todo plano é feito para conquistar
O que está ao nosso lado

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Registro

Passei o ultimo sábado de maneira espetacular. Tinha que registrar isso em algum lugar em alguma hora: Meu maior presente são as pessoas que me rodeiam, com certeza são as mais especiais que se tem por aí!

Obrigado, amores

quinta-feira, 17 de março de 2011

Meus planos de não voltar ao inferno

Vendo meu pescoço
pra não te ver
devolta no inferno
Vendo os olhos,
arranco os braços
eu vou por você

Porque eu sou grato
E tenho pulso
E posso gritar

Levanta sua cabeça
vê o mundo desabar
Arme seu sorriso
e se põe a respirar

Não vou te ver
não vou deixar

Quem move nossas pernas somos nós